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Colonização terapêutica

Colonização terapêutica é o nome que dou à tentativa de uma terapeuta de convencer clientes das suas verdades; de lhes ensinar como suas vidas devem ser vividas; de dizer como agir em seus relacionamentos ou ainda oferecer soluções para seus problemas ao invés de incentivar a pessoa a construir suas próprias escolhas.

Interferir na vida de outra pessoa a partir de suas crenças é transformar o processo psicoterapêutico no próprio reinado e fazer do seu cliente seu eterno súdito, algo que deve ser evitado sempre por melhor que seja a formação profissional da terapeuta.

A colonização terapêutica pode ser mais sutil ao passar a ideia de que a pessoa nunca estará pronta para finalizar o processo psicoterapêutico; ou de que se parar a terapia, perderá tudo o que conquistou.

É possível também a overdose de terapia, quando, por exemplo, o casal faz terapia de casal, cada um faz sua própria, os filhos fazem terapia e juntos todos fazem terapia familiar.

Cuidado! Nem sempre muita terapia é o melhor caminho. Vale a célebre frase “as vezes a diferença entre um remédio e o veneno é a dosagem”. Claro que cada caso precisa ser analisado na sua especificidade, mas bom senso e ética devem permear nossa conduta.

Veja bem, uma terapia fortalece a autonomia e a liberdade de quem busca por ajuda, e não causa dependência emocional.

Reavaliar o próprio trabalho é ter atenção constante ao respeito pelas pessoas que buscam nossa ajuda. Refletir sobre a própria postura e se nossa prática está em linha com o que o cliente deseja é fundamental.

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