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Primeira Mulher Negra na Academia Mineira de Letras

“Estar aqui faz com que eu traga a história de outras mulheres que foram impedidas de estar aqui. Mas, ao mesmo tempo, eu não me iludo e eu quero chamar atenção sobre isso. Eu sou uma exceção e uma exceção confirma a regra. Então, alguma coisa há para se mudar na sociedade brasileira, para que não seja mais uma exceção uma mulher negra chegar na Academia Mineira de Letras, ou em outras academias, ou em outros espaços de poder”

 Em seu discurso de posse na Academia Mineira de Letras, Conceição Evaristo nos convoca a repensar nossos privilégios e chama nossa responsabilidade sobre como podemos agir para que outras mulheres negras ocupem espaços de poder. Ela nos ensina que nos dias de hoje não podemos ignorar esta convocação.

Isso se faz necessário em todas as instâncias e espaços.  Se você ocupa uma posição de chefia numa empresa ou se é um empresário, já parou para reparar em quantas pessoas negras estão ao seu redor? E dessas, quantas são mulheres negras? 

Quantas oportunidades de promoção foram ofertadas a elas? Se existe necessidade de uma capacitação específica para essa promoção, como você facilitou essa oportunidade? 

Enquanto consumidores, adquirimos produtos feitos por mulheres negras? 

Lemos livros de autoras negras? 

Respeitamos a cultura religiosidade negras? 

Como podemos ser mais inclusivos no dia a dia e combater a desigualdade social? 

Se, assim como eu, você exerce a profissão de psicóloga, o cuidado deve redobrado. Na prática clínica muitas vezes reproduzimos teorias e técnicas que foram pensadas a partir de uma cultura europeia, baseadas na supremacia da individualidade, para uma sociedade branca, heterossexual e de classe média alta. 

Ao universalizarmos nossas teorias, colaboramos para manter a desigualdade social entre brancos, negros e indígenas, entre homens e mulheres, entre heterossexuais e a população LGBTQIA+. 

Minimizamos, por exemplo, o sofrimento de quem enfrenta preconceito racial ao afirmarmos que isso é reflexo de sua baixa estima. 

Que psicologia estamos reproduzindo em nossas práticas clínicas?

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