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Cores da identidade: um olhar para além do mês do orgulho

No mês do orgulho LGBTQIAP+, é comum vermos a bandeira colorida ocupando espaços, campanhas, vitrines e redes sociais. Mas para além da celebração, esse é um convite à escuta e ao entendimento, especialmente quando falamos de identidades.

Nem sempre crescemos com o vocabulário necessário para nomear o que sentimos ou para compreender o que o outro vive. E por isso, muitas vezes, reagimos com julgamento onde seria preciso haver respeito.

Como psicóloga clínica, escuto muitas histórias marcadas pela dor de não se sentir reconhecido(a) em sua forma de ser. Por isso, hoje, quero trazer aqui algo básico,  mas essencial, sobre identidade, expressão e afetos.

Identidade de gênero, expressão de gênero e orientação afetiva: qual é a diferença?

  • Identidade de gênero é sobre como a pessoa se identifica internamente. Pode se identificar como mulher, homem, ambos, nenhum, ou algo fora desse padrão binário. É uma vivência íntima e não está necessariamente ligada ao corpo com o qual nasceu.

  • Expressão de gênero é a forma como essa identidade aparece no mundo: na roupa, no jeito de andar, no tom de voz, no corte de cabelo. É como a pessoa se expressa, e isso também pode ou não seguir padrões esperados para um determinado gênero.

  • Orientação afetiva ou sexual é sobre quem a pessoa ama ou sente atração. Pode ser por pessoas do mesmo gênero, de outro, de mais de um, ou por nenhum, por exemplo. Aqui cabem termos como gay, lésbica, bissexual, pansexual, assexual, entre outros.

E o que significa LGBTQIAP+?

Essa sigla reúne diversas formas de ser e amar. Cada letra representa um grupo:

  • L: lésbicas

  • G: gays

  • B: bissexuais

  • T: pessoas trans

  • Q: queer (quem não se encaixa ou rejeita categorias fixas de gênero e sexualidade)

  • I: intersexo (pessoas que nascem com características biológicas de ambos os sexos)

  • A: assexual (quem sente pouca ou nenhuma atração sexual)

  • P: pansexual (quem se atrai por pessoas independentemente do gênero)

  • E o + lembra que essa diversidade não se esgota aqui. Há mais vivências que também merecem espaço e respeito.

No fim, é sobre humanidade

Respeitar a diversidade é reconhecer que o outro pode ser diferente de mim, e isso não ameaça quem eu sou. É lembrar que não precisamos entender tudo para respeitar. Basta partir do princípio de que toda pessoa merece ser acolhida em sua verdade. Na sua identidade.

Para além do mês de junho, quando comemoramos o Dia do Orgulho, desejo que possamos ampliar o nosso olhar. Que a escuta vença o julgamento. E que cada identidade encontre espaço para florescer, dentro e fora da clínica, dentro e fora de casa.

Com afeto,
Sueli Marino
Psicóloga Clínica
CRP 06/31819

 

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